“Que tempos são esses, quando falar sobre flores é quase um
crime!” B. Brecht
(10
dias antes de seu aniversário de partida: 14.08.1956)
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Aos-que-virao-depois-de-nos/12/7490
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AOS QUE VIRÃO DEPOIS DE NÓS
A maioria
de nós sabemos da situação calamitosa atual de nosso país. Graças ao esforço incansável
de nossos especialistas em política econômica e social, sabemos de cabo a rabo
o que está acontecendo, como começou, por que começou e a que fim quer chegar. Não
temos mais “novidades” a acrescentar para delinear o mapa da corrupção no
Brasil. Agora é só “encher linguiça” e “rouba-tempo”, ambas estratégias também.
Quem percorreu o tal mapa - por curiosidade ou obrigação - encontrou tesouros inimagináveis (e cada vez
mais) nas mãos de piratas da nação. Como conseguem amealhar tanto, também já sabemos:
basta um pouco de história mundial para saber que “desde que o mundo é mundo” a
pirataria foi financiada pelos soberanos-reis. Enquanto fosse lucrativa teria a
proteção do estado maior, e os piratas, fama e glória.
Algo
parecido com o Brasil? Muito. Piratas
surgem e desaparecem, a cada manobra dos podres poderes. Nada de novo. Mas,
muito não é tudo. Hoje não mais vivemos em uma monarquia e os muros que
separavam a plebe da corte há muito foram derrubados. Não temos mais “um que
manda”. O pais é nosso. Porque é uma construção social, é de todos. De ontem e hoje. E uma construção não resiste
se não tiver base sólida, forte. Não resistirá para sempre. E uma nação é para
sempre pois que é construída de história de gente. Um dia num show de mágica um mago falou: “eu
faço magia porque quero fazer história”. E eu digo: a grande magia é que histórias
não se destroem com as guerras. Essas, matam o homem, jamais a história de
força e a bravura de um povo. Bertold Brecht disse que “só os estúpidos se
envaidecem em morrer numa guerra". Hoje eu acrescentaria “os desesperançados
também”. E é essa parte da história que queremos mudar: a desesperança.
O
ensinamento dos nossos estudiosos políticos foi de grande valia. Compreendemos já.
Agora chegou a hora dos “de baixo”, da base da construção, agir. E’ a vez dos
educadores entrar em ação, em pequenos focos, através da educação de base. E’ o momento de propagarmos as soluções para o
problema que já nos foi exposto. Desliguemos o noticiário na TV, pois o diário é
sempre o mesmo e precisamos de tempo para falar “aos que virão depois de nós”.
Ação é a
palavra de ordem! E o altruísmo é o caminho!
Falemos de
flores. Sem medo! Falemos de amor, igual a Jesus, o estranho homem de Nazaré. Pois só amando ao próximo, como a nós mesmos,
entenderemos a dor que é sentir fome, sem precisar senti-la na própria pele. A Física
Quântica, 2000 anos depois, vem nos dar uma mãozinha para compreendermos o
Mestre dos mestres, provando que toda e qualquer ação humana interfere no
conjunto de toda a humanidade (estamos falando de aproximadamente 7 bilhões de vidas
submersas no mesmo campo de ondas magnéticas, pois que o vácuo não existe).
Então,
fazer o bem não é uma questão de santidade, é de qualidade de vida. Já bem sabia Jesus.
Segundo
dados da pesquisa “Harvesting the Biosphere: The Human Impact” de Vaclav Smil,
professor da Univ. de Manitoba: “Nós, humanos, evoluímos para dominar a
biosfera. De fato, somos a raça dominante no planeta.”, diz ele. Logo, a culpa de tudo é
nossa. Só nossa.
Podemos escolher
entre o bem e o mal, acreditar que existe Deus e o diabo, acreditar se existe
vida além dessa ou não. Pouco importa nossas crenças. O oxigênio está aí para
provar que nem só do palpável é feita a vida. Aliás, todo palpável, feito
pelo homem, e invejado pela cegueira humana, é natureza morta.
Que isso seja ensinado, pela Educação “aos que virão depois de nós”.
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